“Jogos sem fronteiras”
No mês de Junho, alegre mês para redescobrir brincadeiras e comemorar os Santos Populares, tradição tão antiga e enraizada na nossa cultura, a animação cultural da unidade de convalescença procura enquadrar novas dinâmicas que promovam a interação social dos utentes, enquadradas nas efemérides mais adequadas a cada momento. Achou-se por isso muito interessante enquadrar uma atividade que englobasse divertimento, brincadeira e socialização, e simultaneamente permitisse trabalhar diferentes competências nos utentes que aqui recuperam das suas patologias. O nome da atividade, “Jogos Sem Fronteiras”, permite perceber a dinâmica pretendida na mesma, com a existência de diversas atividades e a competição entre equipas, e simultaneamente promover a inclusão, com recurso a adaptações e apoio por parte da equipa técnica em todos os jogos.
A intervenção “Jogos Sem Fronteiras”, pensada e coordenada por uma equipa multidisciplinar é, em si mesma, um exemplo de atividade que a Rede Nacional de Cuidados Continuados sugere para potenciar o ambiente de Reabilitação e Promoção da Autonomia para este tipo de Utentes, e esta Unidade (Unidade de Cuidados Continuados Integrados de Convalescença CSSMH) não é excepção. A Animação Sociocultural, a Fisioterapia, a Psicologia e a Terapia Ocupacional, conseguiram desenvolver dinamizar mais um dia diferente, conjugando os objetivos pertinentes para todas as áreas de intervenção, que em conjunto procuram alcançar o sucesso no Plano Individual de Cuidados estruturado aquando do Internamento do Utente.
De entre os diferentes benefícios proporcionados por esta atividade, destacam-se a interação grupal e benefícios no estado de humor e bem-estar dos utentes, quebra de rotina como promotor de motivação para as terapias e recuperação, proporcionando ainda benefícios ao nível de atenção e resolução de problemas, e ainda a nível físico, com o treino de equilíbrio, coordenação e esquema corporal, entre outros. Em suma, os utentes sentem-se mais motivados e estimulam competências que são trabalhadas diariamente através das sessões mais “tradicionais”, mas de uma forma criativa, dinâmica e inovadora, que quebra a rotina e permite o envolvimento também de utentes que de outra forma têm mais dificuldade em se envolver, tornando esta uma atividade mais inclusiva, também ela “sem fronteiras”.
Não esqueçamos que estes tempos que vivemos, marcados por uma era virtual e pautados, há cerca de um ano, pelo afastamento social, cria em todos, mas sobretudo nos mais idosos e frágeis, uma crise de afetos sem precedentes e uma desmotivação diária face aos problemas e contratempos da vida. Não podemos ser meros espectadores destas angústias, mas agentes na mudança!
Somos desafiados diariamente a criar pontes e quebrar fronteiras, a ser família e carinho, e em última instância, a cuidarmos uns dos outros. E assim se demonstra o grande lema desta nossa casa, Somos Todos Casa de Saúde!
Sara Moitinho Psicóloga (CP 15895)
Rita Sousa Terapeuta Ocupacional
Micaela Rodrigues Fisioterapeuta
Ana Nery Animadora Sociocultural
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