A intervenção psicológica em Idade Avançada
Nas últimas décadas, a população com mais de 65 anos de idade aumentou consideravelmente, dando origem a um novo campo de reflexão, investigação e intervenção. De facto, para um número cada vez maior de pessoas, a terceira idade representa um terço da totalidade do tempo das suas vidas; circunstância que tem conduzido a inúmeras transformações sociais e consequentemente a uma organização dos serviços de saúde que permitam o enquadramento de respostas às novas necessidades.
Reconhecendo as circunstâncias especiais que envolvem a prática profissional com este sector populacional, foram criados algumas linhas de intervenção principais da atuação psicológica nestas faixas etárias:
“Estas intervenções podem incluir técnicas individuais, de grupo, conjugais e familiares. As intervenções frequentemente usadas com esta população incluem a revisão de vida e trabalho das reminiscências, trabalho de luto, psicoterapia focalizada nas tarefas de desenvolvimento e adaptação às mudanças na idade adulta avançada, terapias expressivas para aqueles com maiores dificuldades de comunicação, métodos para a promoção das competências cognitivas e programas psico-educativos orientados para os idosos, membros da família e/ou outros cuidadores” (APA, 2004:249).
As evidências científicas demonstram a custo-efetividade da intervenção psicológica com idosos. Estudos indicam que os idosos preferem intervenções psicológicas a medicação, até porque muitas vezes já tomam medicação para várias doenças físicas e estão mais propensos aos efeitos adversos da medicação.
Por um lado, podem contribuir para um envelhecimento ativo, ou seja, para rentabilizar o potencial desta fase da vida e promover um estilo de vida ativo, saudável e em que haja envolvimento social com a comunidade e que permita manter e melhorar a qualidade de vida e por outro lado, podem ajudar a compreender e a intervir nos problemas que a solidão, o isolamento, a demência e a depressão causam aos idosos. Assim como envolver-se no desenho e implementação de sistemas de gestão e monitorização da saúde que permitam prevenir e tratar a dor e a doença:
- Auxiliar em fases iniciais de um processo demencial a construir estratégias e capacidades de coping que lhes permitam reduzir o stresse, assim como otimizar as capacidades cognitivas remanescentes;
- Gestão das doenças crónicas;
- Adesão à medicação e as diversas terapias;
- Sara Moitinho
Psicóloga (CP 15895)
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