
Novembro Azul – Cancro da Próstata
Em Portugal são diagnosticados cerca de 6.000 novos casos de Cancro de próstata por ano. É o cancro mais incidente no homem e o segundo com maior mortalidade. A sua incidência aumenta com a idade.
Os principais fatores de risco identificados são:
– Idade – raramente o diagnóstico é antes dos 40 anos, aumentando o risco depois dos 50 anos.
– Raça/Etnia – mais frequente na raça negra;
– História familiar – apesar da maioria dos cancros da próstata não ter relação familiar (ser esporádica), se um familiar em primeiro grau (pai ou irmão) tiver diagnóstico de cancro da próstata, o risco aumenta para mais do dobro. Pode também haver relação com outros tipos de cancro como o da mama ou do ovário
– Obesidade
– Tabagismo
– Exposição a produtos químicos
– Inflamação da próstata
Existem vários subtipos de cancro da próstata. O mais comum é o adenocarcinoma (tumor se desenvolve nas células epiteliais do tecido glandular).
Sintomas
Na maioria dos casos, os doentes não têm qualquer sintoma (tumor evolui de forma silenciosa) e as queixas surgem quando a doença já está mais avançada.
Numa fase precoce da doença, os sintomas, se presentes, relacionam-se com o aumento local do tumor e podem confundir-se com outras doenças:
– Sintomas de esvaziamento – alteração de jato urinário (fraco ou interrompido), urinar mais prolongadamente, ardor, maior esforço a urinar.
– Sintomas de enchimento – vontade súbita de urinar, incapacidade de reter a urina, aumento da frequência urinária (número de vezes que se urina), aumento de micções nocturnas, desconforto/dor supra-púbica (abaixo do umbigo)
– Sintomas pós-miccionais – sensação de esvaziamento incompleto da bexiga ou ficar a pingar no fim da micção.
Numa fase mais avançada/metastizada (doença disseminada) os sintomas relacionam-se com as localizações das metástases ou são constitucionais (inespecíficos e comuns a vários órgãos), nomeadamente dor óssea, emagrecimento ou cansaço generalizado.
Diagnóstico
O diagnóstico é usualmente feito em contexto de alteração suspeita ao toque retal ou por elevação do nível de PSA (avaliado numa colheita de sangue).
A confirmação definitiva depende de uma biópsia da próstata ou de uma biópsia em alguma lesão suspeita (noutra localização que não a próstata, nos casos de doença mais avançada).
Estadiamento
O estadiamento é o processo pelo qual identificamos a localização do tumor e sua extensão. A extensão pode ser exclusivamente prostática ou para além da próstata (estruturas próximas ou mais distantes como outros órgãos – ossos, pulmão, fígado…).
O estadiamento inclui a análise da Anatomia Patológica aos tecidos recolhidos, exames de Imagem (TC e/ou RMN) e/ou de Medicina Nuclear (Cintigrafia óssea e/ou PET-PSMA).
Baseado nesta informação é determinado o estadio da doença, determinante para a decisão do melhor tratamento a oferecer.
Tratamento
Numa fase inicial os tumores podem afetar parte ou a totalidade da glândula prostática. Habitualmente o seu tratamento é local e curativo – cirúrgico ou com radioterapia/braquiterapia, associado ou não a tratamento hormonal.
Por vezes, os tumores são identificados ou progridem para fases mais avançadas – com envolvimento de gânglios, invasão do osso ou de outros órgãos (pulmão, fígado…). Nestes estadios, são designados de tumores avançados/metastizados e o intuito do tratamento deixa de ser curativo. Neste cenário existem diferentes opções terapêuticas:
– Quimioterapia – fármacos que atuam por destruição direta das células tumorais;
– Hormonoterapia – fármacos que bloqueiam os recetores hormonais das células tumorais;
– Radioterapia – tratamento que utiliza radiação ionizante para destruir ou impedir eu as células tumorais aumentem. É utilizada sobretudo no tratamento de lesões ósseas com dor associada ou que apresentem risco de fratura;
– Terapêutica com radiofármaco – tratamento com composto radioativo (radionuclídeo), ligado a uma molécula não radioativa que tem afinidade pelas células provenientes da próstata (metástases) que expressem PSA. É um tratamento exclusivamente realizado em unidades especializadas de Medicina Nuclear.
Prognóstico
O prognóstico do cancro da próstata depende do estadio e evolução do tumor.
Nos cancros localizados, as taxas de sobrevivência atingem os 98-100% aos 5 anos.
Em relação aos cancros mais avançados/metastizados, as taxas de sobrevivência variam em função da idade, das características do tumor e das comorbilidades (outras doenças em simultâneo). Mesmo nestes estádios o prognóstico tem vindo a melhorar, graças às novas terapêuticas, que têm permitido ganhos significativos de sobrevivência.
A Atrys em parceria com a Casa de Saúde de São Mateus, pretende prestar um acompanhamento personalizado e multidisciplinar diferenciado ao doente oncológico em todo o seu percurso – desde o diagnóstico, estadiamento e tratamento –, de acordo com as boas práticas clínicas e a melhor evidência científica atual.
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