Psicologia – Quando a Pessoa está no Centro

    1. Psicologia – Quando a Pessoa está no Centro

    1. Refletir sobre a Psicologia é um exercício indissociável das nossas conceções de saúde mental e da nossa relação com essa dimensão da vida humana.

 

      1. De facto, apesar do desenvolvimento recente e expressivo da prática da Psicologia, ainda hoje, para a maior parte das pessoas, esta é uma ciência do indecifrável e uma atividade profissional, cujos contornos são fluidos e caleidoscópicos.

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  1. Com esta perspetiva em pano de fundo, procurar uma consulta de Psicologia é, regra geral, um caminho percorrido no limite, quando tudo o resto falha ou quando nenhuma das portas que se tentou abrir, resolvem ou solucionam a imensa dor que nos invade e que de nós se apodera.
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  3. Por outras palavras, é uma opção considerada, muitas vezes, apenas quando o sintoma que exibimos é tão forte que nos verga de dor ou de incómodo e se torna central na nossa existência, ocupando definitivamente o espaço de tudo o resto e captando toda a nossa atenção. Essa hesitação em procurar uma resposta na Psicologia, está comummente ligada ao medo da perda de liberdade que associamos à admissão e ao enfrentamento do sintoma, sobretudo porque nos esquecemos da intensa leveza e da profunda autonomia que advêm do processo de cura. 
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  5. Está também esta hesitação ligada à desconsideração usual do processo de mudança em que a terapia assenta. Afinal, são “só” palavras, pensam muitos de nós, esquecendo-se que é nas palavras e nos pensamentos que é edificada toda a nossa estrutura sentimental e com ela, toda a nossa vida material e concreta.

     

  6. É neste ponto – no enfrentamento do receio, em prol da liberdade e da autonomia – que a Psicologia adquire a sua forma maior, centrando-se na Pessoa, consubstanciando a aceitação plena e incondicional do indivíduo e promovendo a devolução do poder ao utente, numa viagem conjunta entre o paciente e o terapeuta, até terra confortável, num percurso próprio, em que o paciente se conhece e se reconhece, encontrando a sua voz e respeitando o seu percurso e o seu contexto, porque, “Eu sou eu e a minha circunstância e se não a salvo a ela não me salvo a mim.” (Ortega Y Gasset).

 

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Drª Catarina Meneses

Psicóloga CSSMH