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Cancro da Próstata

A próstata é um órgão do aparelho reprodutor masculino que se localiza abaixo da bexiga, à frente do reto, rodeando a uretra.

O carcinoma da próstata é a neoplasia maligna de órgãos sólidos mais frequente nos homens.

A sua incidência varia de acordo com a região geográfica e a raça. Na europa ocidental, o cancro da próstata clinicamente significativo atinge cerca de 16% dos indivíduos de sexo masculino (cerca de 1 em cada 6). Esta percentagem é maior quando há antecedentes familiares e nas pessoas de raça negra.

O fator de risco mais importante é a hereditariedade, contra a qual nada podemos fazer, pelo que é muito importante a prevenção secundária, ou seja, a deteção em fases precoces da doença, quando ainda se encontra localizada ao órgão, com uma probabilidade significativamente maior de cura.

A maioria dos tumores desenvolve-se na zona periférica, longe da uretra, pelo que pode evoluir de forma silenciosa, sem qualquer sintoma, durante longos períodos de tempo. 

Foram realizados diversos estudos com o objetivo de avaliar a necessidade de um diagnostico precoce e qual a melhor forma de o procurar. As recomendações atuais são de que os homens acima dos 50 anos (acima de 40 se antecedentes familiares ou raça negra), devidamente informados e interessados e obter um diagnostico precoce de um eventual carcinoma da próstata, sejam submetidos anualmente a doseamento sanguíneo de PSA (antigénio específico da próstata) e toque retal, eventualmente complementados com ecografia prostática.

Quando a conjugação destes elementos levanta a suspeita da doença e atendendo a outros fatores, como a existência de outras patologias e a esperança de vida do doente, poderá ser realizada biópsia da próstata. Este é um exame realizado através de ecografia transretal, geralmente sob anestesia local. De um modo geral é bem tolerado e realizado em regime de ambulatório (sem necessidade de internamento).

Outro exame que pode ser importante neste processo é a ressonância magnética pélvica, que além de poder ajudar a definir a extensão da doença pode ser útil perante suspeita clínica elevada e biópsias que não revelam neoplasia.

Quando temos um diagnóstico de cancro da próstata, importa estadiar corretamente a doença, ou seja, saber onde se encontra, se apenas na próstata ou também noutros locais. Para tal, além de ressonância, podem ser realizados outros exames como cintigrama ósseo, tac ou pet. 

Se a doença estiver localizada existe a possibilidade de tratamento com intenção de cura. Os tratamentos mais consolidados neste contexto são a cirurgia, prostatectomia radical, que consiste na remoção da próstata e das vesículas seminais, geralmente acompanhada da excisão de gânglios linfáticos regionais; ou a radioterapia, que pode ser externa ou intersticial (aplicação de sementes radioativas na próstata – Braquiterapia).

Mesmo quando já se apresenta metastizado, o cancro da próstata pode ser tratado, principalmente com recurso a tratamento hormonal, permitindo, muitas vezes, uma regressão parcial e estabilização da doença durante vários anos.

Nas fases mais avançadas, quando há progressão da doença sob tratamento hormonal, podemos ainda recorrer a quimioterapia.

É muito importante ter a noção da frequência com que este tumor surge e procurar um diagnóstico precoce, que pode permitir taxas de cura muito elevadas (principalmente com recurso a cirurgia, quando a doença se encontra localizada).

A partir dos 50 anos (40 se antecedentes familiares ou raça negra), todos os homens interessados em vigiar a sua próstata neste sentido, devem ser submetidos a doseamento anual de psa, toque retal e eventualmente ecografia prostática. 

Deste modo aumenta significativamente a hipótese de um diagnóstico nas fases iniciais e a possibilidade de cura.

Dr. Ricardo Patrão - Urologia

Dr. Ricardo Patrão
Urologista

Director Clínico da Casa de Saúde São Mateus – Hospital