Dia Europeu do Enfermeiro Perioperatório

15 de fevereiro é o dia internacionalmente designado como o dia Europeu do Enfermeiro Perioperatório.

Perioperatório”, é o termo usado em medicina para o período que decorre desde o momento em que o Cirurgião comunica ao paciente a necessidade da realização da cirurgia, até ao momento em que este regressa à sua atividade normal, depois de ter recebido alta hospitalar. Compreende 3 momentos: o período Pré-Operatório, o Intra-Operatório e o Pós-Operatório.

O Enfermeiro Perioperatório, é um profissional de saúde com conhecimentos e competências que permitem ajudar o paciente no Bloco Operatório, nomeadamente a estabilidade, segurança e bem-estar do paciente, antes, durante e imediatamente após a cirurgia.

O conceito de Enfermagem Perioperatória, desde 1996, que foi aceite pelos países membros, da European Operating Room Nurses Association (EORNA), da qual Portugal faz parte.

“Os indivíduos submetidos a cirurgia ou procedimentos anestésicos, têm o direito de serem cuidados por pessoal qualificado, num ambiente seguro, enquanto estiverem numa unidade Perioperatória.”

            Inserido numa equipa multidisciplinar, o Enfermeiro Perioperatório identifica as necessidades físicas e psicológicas do paciente, coloca em prática um plano de cuidados individualizado, baseado em conhecimento científico, com o objetivo de restabelecer ou manter a saúde e o bem-estar do paciente.

            A Organização Mundial de Saúde (OMS), já em 2008, a fim de garantir a segurança do paciente cirúrgico dentro das organizações de saúde, publicou o manual “WHO Guidelines for Safe Surgery”. Em 2013 a Direção Geral da Saúde, publicou a Norma Cirurgia Segura, Salva-Vidas. Em 2016, a OMS, lançou as Diretrizes Globais para a Prevenção da Infeção do Local Cirúrgico.

De modo a garantir a qualidade e segurança dos cuidados perioperatórios, a CSSMH, investe em equipas com formação especializada e experiência reconhecida. Profissionais dedicados, comprometidos, que asseguram o cumprimento de todos os procedimentos inerentes a uma Cirurgia Segura.

            A segurança do paciente, passa por uma serie de etapas que começa bem antes do mesmo chegar ao Bloco Operatório. É obrigatório cumprir uma série de normas e procedimentos que garantam as condições necessárias, para que a estadia do paciente decorra sem qualquer incidente.

A Check-list diária da verificação da Sala Operatória, permite garantir que o ambiente que envolve a estadia do paciente, está totalmente operacional, caso contrário o paciente nem sequer entra nessa sala. Esta verificação é efetuada no início do dia.

Fazem parte desta check-list questões importantes como:

– Garantir que o equipamento de suporte ventilatório está completamente operacional e que existe outro equipamento de reserva pronto a utilizar, caso seja necessário.

– Garantir o correto funcionamento de todo o sistema de monitorização dos sinais vitais

– Garantir o correto funcionamento de todo o equipamento de apoio à anestesia, assim como o carro de anestesia com toda a medicação e consumíveis necessários para submeter o paciente a uma anestesia.

– Verificação de todo o equipamento envolvente como os candeeiros cirúrgicos, a mesa onde o paciente é operado, o sistema de aspiração, o sistema de eletrocirurgia e outros equipamentos de apoio, de acordo com o procedimento que irá ser efetuado.

– Como o risco está associado a todo e qualquer procedimento, seja ele simples ou não, é obrigatório ter a presença de um carro de reanimação, devidamente organizado e verificado, um equipamento de desfibrilhação que todos os dias deve ser testado, assim como a presença de um ambu que permite dar apoio ventilatório de forma manual.

– Confirmação de que os níveis de temperatura da sala operatória estão dentro dos parâmetros considerados normais. A temperatura deverá estar entre os 20 ֯ e os 24 ֯. A humidade deve estar compreendida entre os 50% e 60%. A manutenção destes 2 parâmetros dentro de valores normais, além de inibirem o crescimento bacteriano, diminui o potencial da eletricidade estática.

No que diz respeito ao paciente, é efetuada a Check-List de Verificação Cirúrgica.

O programa “Cirurgia Segura Salva-Vidas” foi estabelecido pela Aliança Mundial para a Segurança do Doente, da Organização Mundial de Saúde (OMS) cujo objetivo é reduzir o número de mortes relacionadas com a cirurgia em todo o mundo.

Para apoiar as equipas cirúrgicas a reduzir o número desses eventos, a Aliança Mundial para a Segurança do Doente da OMS – consultou Cirurgiões, Anestesistas, Enfermeiros, Especialistas em segurança do doente e doentes em todo o mundo e definiu um conjunto de objetivos essenciais para a segurança cirúrgica que estão compilados na Lista de Verificação de Segurança Cirúrgica. O objetivo desta Lista de Verificação de Segurança Cirúrgica é reforçar as práticas de segurança e promover uma melhor comunicação e trabalho de equipa multidisciplinar.

Esta lista é verificada em 3 momentos distintos da presença do paciente numa sala operatória.

O primeiro momento antes da indução anestésica é verificado a identidade do paciente, o procedimento a realizar, o local, a respetiva lateralidade assim como a correta marcação do local, a confirmação da funcionalidade dos diversos equipamentos, a presença de algum tipo de alergia e a previsão das quantidades de perdas sanguíneas assim como, da disponibilidade de sangue em caso de necessidade de administração.

Num segundo momento e imediatamente antes da incisão da pele, na presença de toda a equipa, é novamente confirmada a identidade do paciente, procedimento e local de incisão. Confirma-se ainda a realização da profilaxia antibiótica e tromboembólica. Antecipa-se ainda e eventualidade de ocorrerem alguns eventos não previstos em que o Cirurgião deverá indicar algum passo crítico ou fora da rotina que possa ocorrer, assim como o tempo que planeia para o procedimento e as perdas sanguíneas previstas. O Anestesista tem também a oportunidade de referenciar alguma preocupação que possa vir a ter com o período anestésico e a Equipa de Enfermagem confirma que não há problemas nem com a esterilidade do instrumental cirúrgico nem com o funcionamento dos equipamentos. No caso de ser necessário ter exames imagiológicos para apoio à cirurgia, deverão neste momento estar já disponíveis na sala operatória.

O terceiro e último momento de confirmação, ocorre imediatamente antes do paciente sair da Sala Operatória. Nesta altura o Enfermeiro confirma verbalmente o nome do procedimento, a contagem de instrumentos, compressas e cortoperfurantes de forma a garantir os procedimentos de segurança. No caso de haver algum produto biológico retirado do paciente para análise, também é efetuada a correta rotulagem e ainda a verificação da existência de algum problema que tenha havido com algum equipamento durante o ato cirúrgico. Para finalizar, Cirurgião, Anestesista e Equipa de Enfermagem, confirmam a informação relevante a transmitir à Equipa de Recobro e principais preocupações/ necessidades do doente.

A implementação de procedimentos de segurança, que abrangem todo o período perioperatório, a comunicação eficaz e o trabalho em equipa dos profissionais envolvidos no processo cirúrgico, demonstram ser uma mais-valia, transpondo para a Equipa do Bloco Operatório da CSSMH, maior coesão e mais confiança/segurança nos cuidados prestados.

Ao escolher a CSSMH terá a garantia de uma equipa multidisciplinar devidamente qualificada, experiente, dedicada, comprometida e um Bloco Operatório com equipamento e tecnologia de ponta.

É desta forma que asseguramos diariamente uma cultura de segurança, para que o seu regresso a casa se efetue de forma natural e tranquila.

Enf. Victor Ferreira – Enf. Coordenador do Bloco Operatório CSSMH, Instrumentista Ortopedia

Enfª. Inês Trigo – Enfª. Bloco Operatório CSSMH, Instrumentista ORL, Cirurgia Geral e Ginecologia

Enfª. Diana Martinho – Enfª. Bloco Operatório CSSMH, Instrumentista Urologia

Enfª. Susana Amaro – Enfª. Bloco Operatório CSSMH, Instrumentista Ortopedia

Enf. Rui Querido – Enf. bloco operatório CSSMH, Instrumentista Neurocirurgia