A Prova da Marcha dos 6 Minutos é uma prova não invasiva de esforço submáximo que consiste na realização de um percurso, por parte do paciente, com distância de no mínimo 30 metros por diversas vezes durante 6 minutos. Neste percurso, é medido antes e após a prova a frequência cardíaca do paciente, a saturação arterial de oxigénio (SaO2) e também o nível de fadiga muscular.

Esta prova está indicada para avaliação da eficácia de determinada terapêutica (a título de exemplo, a oxigenoterapia); avaliações pré e pós transplante; estudo de patologias do interstício, Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica e insuficiência cardíaca; avaliação da diminuição da saturação de oxigénio induzida pelo esforço e averiguar a necessidade de oxigenoterapia de deambulação.

Sendo uma prova de esforço (ainda que submáximo), a mesma é permanentemente acompanhada por um profissional competente e os sintomas que o paciente apresenta antes, durante e após a prova são monitorizados e registados. O paciente poderá interromper a prova por sua vontade ou caso o profissional assim o entenda. Para a realização deste exame o paciente deverá:

– Repousar 10 minutos antes do início da prova;

– Não realizar exercício físico intenso 2 horas antes do exame;

– Comparecer no laboratório com roupa e calçado confortáveis.

Ao avaliarmos o comportamento do paciente e variação dos fatores anteriormente descritos quando sujeitos a um esforço de intensidade submáxima, permite-nos avaliar o comportamento e valores do paciente quando sujeito a esforços semelhantes aos que realiza no dia a dia e obter uma perspetiva mais realista e documentada da sua condição.

Em patologias do foro respiratório, estes dados permitem não só avaliar o impacto da patologia do quotidiano do paciente, mas também acompanhar a progressão da mesma com o tempo e as alterações de advêm dessa mesma evolução. Em pacientes com patologia crónica, como DPOC ou patologias do interstício pulmonar, estes exames revelam importância acrescida tanto pelos fatores acima descritos como por demonstrar, numa situação de esforço moderado, se o paciente irá ou não beneficiar de determinado tipo de terapêutica. É importante ter em conta também, apesar de ser um exame de execução simples, os grupos que poderão apresentar dificuldades acrescidas a realização do procedimento como idosos ou pacientes com dificuldades cognitivas ou motoras e averiguar se os mesmos reúnem condições para a realização do exercício pretendido.

Podemos enquadrar esta prova no contexto atual, realçando a sua importância no despiste de sequelas resultantes da infeção pelo vírus da SARS-CoV-2.

A doença SARS-CoV-2, apelidada de COVID-19, é uma doença respiratória que pode originar uma série de sequelas em vários sistemas do organismo, nomeadamente o respiratório. A persistência de dispneia (vulgarmente descrita pelo paciente como “falta de ar”), saturações de oxigénio diminuídas após esforço moderado ou sensação de fadiga muscular consideravelmente maior do que habitual estão entre o leque de sintomas obtidos de pacientes após serem infetados pelo vírus.

Por o nosso compromisso com a sua saúde ser o nosso principal foco, a Casa de Saúde São Mateus Hospital irá disponibilizar esta prova nas suas instalações, em março de 2022, de modo a tornar a análise aos seus pacientes ainda mais abrangente e a melhorar a qualidade da sua investigação e diagnóstico realizados, aumentando assim a eficácia das terapêuticas aplicadas.

Daniel Pedroso

Técnico de Cardiopneumologia CSSMH