Alimente a sua saúde, comer melhor é… quase sempre… o melhor remédio!

11 de outubro, Dia Mundial do Combate à Obesidade

16 de outubro, Dia Mundial da Alimentação

 

  A Organização Mundial da Saúde (OMS) identifica a alimentação inadequada, quer seja por excesso, más escolhas alimentares ou subnutrição e a falta de exercício físico, como dois dos principais riscos globais para a saúde das pessoas. A Direção Geral da Saúde (DGS), estabeleceu em 2012, o Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável1, como sendo um programa de ação prioritária em Portugal. Desde então, tem desenvolvido um conjunto concertado e transversal de ações destinadas a garantir e incentivar o acesso e o consumo de alimentos saudáveis, tendo como objetivo a melhoria do estado nutricional e de saúde da população. Disponibiliza através do link https://alimentacaosaudavel.dgs.pt/, informação sobre aspetos fundamentais para a promoção da alimentação saudável. O Plano Nacional da Saúde 2030, identifica as necessidades de intervenção prioritária em saúde, reconhecendo como fatores de risco de maior relevância, a alimentação inadequada, a inatividade física, o excesso de peso e obesidade, a hiperglicemia, a hipertensão arterial, a hipercolesterolemia (aumento do colesterol LDL plasmático), o consumo de tabaco, o consumo de álcool e os riscos ocupacionais. Saber reconhecer estes fatores de risco e adotar comportamentos saudáveis, é fundamental para promover a saúde e prevenir a doença. Os hábitos alimentares inadequados são o fator de risco modificável, que mais contribui para a mortalidade em Portugal, representando 9,5% do número de anos perdidos de vida saudável. Tendo em consideração este fator de risco modificável, a Casa de Saúde São Mateus Hospital, tem comtemplado no seu Programa Anual de Promoção da Literacia e Educação em Saúde, esta temática, comemorando a 16 de outubro o Dia Mundial da Alimentação, que pretende relembrar e promover os hábitos alimentares saudáveis, junto dos seus profissionais, utentes e comunidade em geral. A alimentação Saudável, pressupõe que esta seja completa, variada e equilibrada, pois o que comemos e como comemos determina a nossa saúde e bem-estar. As escolhas alimentares individuais, são influenciadas pela interação entre os fatores biológicos, estado de saúde, necessidades energéticas, restrições dietéticas ou alergias, fatores socioeconómicos, culturais, psicológicos, preferências alimentares, campanhas de marketing, educação, conhecimento sobre nutrição e saúde, entre outros. Independentemente dos fatores que condicionam as escolhas alimentares, existem princípios fundamentais, que devem ser do conhecimento de todos e considerados por todos.

A DGS e o serviço de nutrição e dietética da Casa de Saúde São Mateus Hospital no âmbito da promoção da alimentação saudável recomendam a adoção diária das seguintes práticas:

  1. – Beber 1,5 a 2 L de água;
  2. – Comer 3 peças de fruta;
  3. – Ingerir 3 porções de hortícolas (alface, espinafres, brócolos, couve-flor, tomates, pepinos, pimentos, etc.);
  4. – Comer 3 porções de cereais integrais, ao longo do dia, evitar os cereais refinados;
  5. – Comer 1 porção de leguminosas (feijão, grão-de-bico, ervilhas, lentilhas, soja, etc.), excelente fonte de fibra, vitaminas, minerais e proteínas;
  6. – Saber escolher as gorduras, preferir as insaturadas, azeite, frutos secos, sementes, peixe e evitar as gorduras saturadas, não mais do que 2 vezes por semana (óleo de palma, alimentos processados, gordura animal, manteiga, etc.);
  7. – Escolher carnes brancas (peru, frango, coelho, etc.), evitar ingerir carnes vermelhas, não mais do que 2 vezes por semana;
  8. – Substituir o sal, por ervas aromáticas e especiarias, limitar o seu consumo a 5g/dia, ou seja,1 colher de chá;
  9. – Limitar o consumo de açúcar a 25 g/dia, ou seja, 6 colheres de chá de açúcar, considerar todas as fontes de açúcar, os naturalmente presentes nos alimentos e os adicionados;
  10. – Reduzir o consumo de alimentos processados (não mais do que 1-2 vezes por semana), pois são ricos em gorduras saturadas, açucares e sal;
  11. – Evitar ao máximo os fritos, preferir alimentos cozidos e grelhados;
  12. – Aprender a descodificar os rótulos.

 

A Roda dos Alimentos é o guia recomendado pela DGS para a escolha certa, na proporção adequada de uma alimentação saudável. Foi criada em 1977, mantém o seu formato original, não hierarquiza alimentos, atribui-lhes igual importância e estabelece porções diárias recomendadas, que dependem das necessidades energéticas individuais, influenciadas pela idade, sexo, estilo de vida e atividade física. As porções recomendadas às principais refeições são:

  • – Metade do prato com hortícolas;
  • – ¼ do prato com uma fonte de cereais (arroz, trigo, milho, centeio, quinoa, etc.) ou derivados (massa, pão, flocos de aveia, etc.), ou tubérculos (batata, cenoura, mandioca, nabo, rabanete, beterraba, etc.) ou leguminosas;
  • – ¼ do prato com carne, pescado ou ovos.

 

A DGS lançou em 2019 um manual com recomendações para alimentação de bebés e crianças até aos 6 anos, que poderá consultar em https://www.vidaativa.pt/dgs-manual-alimentacao-bebes-criancas/, onde recomenda, nomeadamente:

  • – O aleitamento materno, em exclusivo, durante os seis primeiros meses de vida;
  • – A partir dos seis meses, o aleitamento materno deve ser complementado com a introdução progressiva de diferentes alimentos, seguros e nutritivos;
  • – Sal e açúcar são proibidos no primeiro ano de vida, o que exclui alimentos como sumos, sobremesas, bolachas, etc.;
  • – O ovo pode ser introduzido a partir dos 8-9 meses de idade, até três vezes por semana, em vez da carne ou do peixe;
  • – O iogurte natural pode ser introduzido aos 8-9 meses.

 

Seguir estas recomendações e praticar Atividade Física moderada e regular é fundamental para a obtenção de um peso corporal saudável, para a manutenção da saúde e prevenção da doença. Não se esqueça, invista na sua SAÚDE e na saúde dos seus.

Hélder Almeida

Nutricionista CSSMH